Do amor romântico ao amor contemporâneo: uma análise fenomenológica das relações amorosas

 

Fonte: (En)cena

Esta pesquisa pretende realizar uma releitura teórica acerca do fenômeno do amor romântico ao amor moderno, supondo possíveis indícios do seu colapso na contemporaneidade, tendo-se em vista o conjunto de transformações sociais e históricas vigentes. Pretende ainda, por meio de pesquisa qualitativa, envolvendo estudantes universitários do Centro de Humanidades, refletir sobre o quanto os modelos de relações afetivo-amorosas podem estar sofrendo novos rearranjos, pelas marcas do hiperconsumo, da aceleração do tempo, do hedonismo, narcisismo e individualismo exagerados, pela personificação das patologias, pela diversidade encontrada pelos indivíduos ante escolhas de padrões comportamentais e de bens materiais impostos pela sociedade e aparelhos ideológicos voltados para um consumo massificado, e pelo impacto comercial da mídia e novas tecnologias digitais. Estes aspectos parecem criar condições de possibilidade para experiências que tornam as pessoas descartáveis, prescindíveis como objetos de consumo e necessitadas de saberes interventivos que busquem uma cura ou fórmula imediata para amenizarem o mal-estar gerado por estas transformações. Finalmente, tais elementos parecem engendrar vivências de solidão, de ansiedade e de insatisfação constante.  Parecem engendrar um grande paradoxo entre querer todas os possíveis, viver intensamente todos os momentos bem como ainda querer o estável, a relação, o encontro, o vínculo genuíno. O que de fato se passa conosco quando pensamos em estar ou nos comprometer com o outro?  Esta é uma questão norteadora desta pesquisa. Encontros efêmeros entre as pessoas parecem configurar as relações interpessoais na contemporaneidade bem como novos modos de apresentação e enunciação de sofrimento psíquico e estas condições precisam ser analisadas pela campo PSI.