I Congresso Brasileiro de Estudos em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade

 

A medicalização da sociedade é um fenômeno que tem sido sinalizado por vários autores desde o século XIX, quando o saber científico se espalhava pelos vários domínios sociais. Mas foi a partir da década de 1940, com a introdução dos psicofármacos, que esse fenômeno se tornou cada vez mais intrusivo na vida cotidiana. A vida foi transformada num catálogo de substâncias que podem resolver problemas comportamentais, controlar nossas emoções e, sobretudo, dissipar os sofrimentos humanos. O I Congresso Brasileiro de Estudos em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade, em sua primeira edição propõe exatamente uma discussão multiprofissional sobre esse fenômeno da medicalização da vida, sobretudo, a medicalização da infância e seu processo perverso de patologizar a condição de ser-criança. O evento ocorreu no dia 17 de dezembro de 2015, na Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio de conferências, palestras e mesas redondas. O congresso, promovido pelo Laboratório de Estudos em Psicoterapia, Fenomenologia e Sociedade (LAPFES/UFC), reuniu pesquisadores e profissionais em busca de uma necessária reflexão sobre as diferentes experiências de enfrentamento em torno dos processos medicalizantes, contribuindo com a formação e aprimoramento de profissionais de Psicologia e áreas afins. Algumas dessas reflexões que indagam, sobretudo, a multiplicação de novos transtornos e os diferentes mecanismos de categorização dos sofrimentos psíquicos, estão retratadas no livro Infância Medicalizada da editora CRV que foi lançado no dia do evento.

O congresso apresentou trabalhos em duas modalidades: comunicação oral e pôsteres, em três eixos temáticos:

Medicalização, Infância e Sociedade

Medicalização e Educação

Medicalização e Políticas Públicas de Saúde